Burnout: O novo mal do século

Alquimia da Mente – Edição #005

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Como escapar desse labirinto mental?

Era uma linda tarde ensolarada de domingo.
De repente, meu coração pulou da primeira para a quinta marcha.
A respiração ofegante. Falta de ar. Dor no peito.

Corri na internet e pesquisei sobre distúrbio mental, transtorno de ansiedade e síndrome do pânico.
Quanto mais pesquisava, mais nervoso ficava.
Parecia que a qualquer momento teria um ataque cardíaco.

"Como vou sair disso?"
Estava desesperado e não sabia o que fazer.

Será que estou doente?
Será que vou vomitar?
Será que devo ir para o hospital?
Será que minha hora de partir já chegou?

Estava inundado com milhares de pensamentos e não podia pará-los.
Tentei desesperadamente encontrar uma maneira de escapar desse labirinto mental.
Quanto mais tentava bloquear os pensamentos, mais eles vinham com força.

Deitei na cama, fechei os olhos.
Respirei profundamente.
Lentamente, os batimentos caíram.
Depois de uma hora, consegui dormir.

Acordei melhor após algumas horas. Porém, preocupado.
Afinal, estava sozinho em meu home office.
Trabalhava em um novo projeto para melhorar o caixa da empresa.

Uma meta imbecil

Era 2018. Tinha 18 pessoas na equipe.
Produzia conteúdos, produtos e eventos como se fosse uma linha de montagem.

Tinha uma meta imbecil.
A tal “Dominação mundial”:
Impactar 1 bilhão de pessoas.

Meu ego queria aplausos, elogios e reconhecimento de muitas pessoas.
Ele tinha necessidade em se mostrar melhor que outros empreendedores.

Não bastava trabalhar da hora que acordava até a hora de dormir.
Precisava também ocupar todo final de semana com trabalho.

Investi mais em tráfego, cresci equipe, contratei novas ferramentas.
Elevei meus custos mensais para 300 mil reais.

Porém, o faturamento dos meus lançamentos estavam em queda livre:

  • De 1 milhão para...

  • 750 mil para...

  • 500 mil para...

  • 250 mil.

Tive prejuízos durante meses seguidos na empresa.
Estava tão cego pelas vontades ocultas do meu ego que aportei dinheiro da Pessoa Física para estancar o sangramento da Pessoa Jurídica.

Misturar as contas é o erro clássico do empreendedor.
E lá estava eu, com quase uma década de experiência caindo nessa perigosa armadilha.

A pior decisão quando você está no vermelho é forçar mais faturamento.
Todo aumento de receita é seguido do aumento de custo (impostos, taxas, ferramentas).
Mas todo corte de custo é limpo. Afinal, são as últimas linhas no DRE.

Cortei meu juízo, mas não cortei gastos.
Fui atrás de aumentar a receita da empresa.

Transformei meu calendário em um jogo de Tetris.
Encaixava projetos, reuniões e tarefas até o último espaço disponível.

Para piorar, parei de treinar, de comer bem, de praticar esportes e meditar.
Acordava cedo e dormia tarde. Trabalhava o máximo que conseguia.

Não havia folga, descanso ou tempo para refletir.
O trabalho era intenso de domingo à domingo.

A conta mais cara que a vida te cobra

A conta não fechava.
Tinha um custo mensal de 300 mil reais.
E uma receita de 250 mil vinda de lançamentos a cada três meses.
Não havia outra opção: O botão de pânico foi acionado.

Minha injeção pessoal de caixa na empresa já havia secado.
No auge do furacão, olhei minhas contas PF e PJ juntas e o saldo era:
200 mil NEGATIVO. Em uma tonalidade vermelha impossível de ignorar.

Meu cortisol até hoje aumenta ao ver um sinal negativo à frente de qualquer número.
Tal momento foi como uma porrada no estômago.

Meu coração pulava batidas.
Meus olhos não paravam de tremer.
Minhas veias na testa estavam saltando.

A ansiedade se tornou incontrolável.
Faltava ar. Achava que minha glote estava fechando.

Comecei a ter crises de insônia.
Não conseguia pegar no sono acreditando que poderia não acordar no dia seguinte.
Quando deitado, conferia meus batimentos no Apple Watch:

  • 80 BPM. Está muito alto. "Estou deitado, isso não é normal. Como é possível?"

  • 50 BPM. Está muito baixo. "Meu coração vai parar?"

Minha mente não conseguia encontrar razão para um sentimento que desconhecia.
Era como se meu corpo estivesse pegando fogo lentamente.
Uma sensação de desgaste físico, mental e emocional.
Continue lendo.

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