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Hábitos fáceis, vida difícil. Hábitos difíceis, vida fácil

Alquimia da Mente – Edição #004

A evolução visível do corpo e invisível da mente

A excelência não é instantânea. Ela é conquistada.
Há uma falsa impressão que o sucesso nasce com um grande holofote apontado para você. Porém, "é o que você faz na escuridão, que te coloca na luz."

Michael Phelps, maior nadador olímpico de todos os tempos, lutou contra depressão, ansiedade e até reconheceu publicamente ter pensado em tirar sua vida.

Ele se visualizava mentalmente nadando no escuro.
E, algumas vezes, seu treinador o fazia praticar em uma piscina escura.

Ele preparou Phelps para não entrar em pânico, caso sua visão fosse comprometida durante uma competição.

Esse hábito atômico provou ser inestimável nas Olimpíadas de Pequim em 2008, no início das finais dos 200 metros borboleta.

Ele sabia que algo estava errado assim que caiu na água.
Havia umidade dentro de seus óculos.

Ele não sabia dizer se o vazamento era de cima ou de baixo, mas quando saiu da superfície da água e começou a nadar, esperava que o vazamento não fosse muito ruim.

Na segunda volta, no entanto, tudo estava embaçado. Ao se aproximar da terceira e última volta, os visores de seus óculos estavam completamente cheios d'água.

Phelps não conseguia ver absolutamente nada, mas ele não entrou em pânico.
Ele foi treinado para momentos como esse.
Em sua mente, ele desenvolveu o hábito de nadar no escuro.

Enquanto dava suas braçadas finais, ele ouviu o grito da multidão.
E quando esticou seu braço para tocar na parede da piscina, não tinha ideia do resultado.

Ele estava temporariamente cego. Então, tirou os óculos e viu seu nome e “WR” (World Record – Recorde Mundial) ao lado.

Ele havia conquistado outra medalha de ouro, desta vez nadando no escuro.
Essa é uma excelente história retratada no livro "O Poder do Hábito" do autor Charles Duhigg.

Ao longo de sua carreira, o nadador americano Michael Phelps, conquistou 18 medalhas de ouro em três Olimpíadas (Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012).

Uma prova que Hábitos Atômicos (meu livro favorito nesse assunto), por mais estranhos que pareçam, foram essenciais para seu sucesso.

Hábitos fáceis, vida difícil. Hábitos difíceis, vida fácil.

Essa é a frase que acompanha minhas fotos (quase diárias) no Instagram após treinar na academia.

Ela é como minha Estrela do Norte.
Minha guia no meio da escuridão celestial.
E, hoje, um mantra na minha vida.

Acredito nessa frase:

O excelente nada mais é que o bom consistente.

Toda pessoa extraordinária em qualquer atividade nada mais é uma pessoa ordinária que resolveu aperfeiçoar esse "extra".

Agora, porque alcançar o EXTRAordinário requer desenvolver hábitos difíceis?
Pense comigo:

É fácil acordar a hora que você deseja.
É difícil criar uma rotina acordando às cinco da manhã.

É fácil pular de projeto em projeto procurando a próxima estratégia milagrosa de sucesso.
É difícil focar no mesmo projeto por anos, principalmente quando ele não dá lucro nos primeiros meses.

É fácil deitar no sofá e assistir Netflix.
É difícil sair em um dia chuvoso para puxar ferro na academia.

A palavra convence, mas é o exemplo que arrasta.
Logo, a disciplina de realizar precisa ser maior que a vontade de sonhar.

O provérbio alemão diz: "O diabo mora nos detalhes".
Enquanto a disciplina é subvalorizada, a motivação é sobrevalorizada.

Eu não gosto de tomar banho gelado, mas gosto da identidade vencedora que crio após vencer esse desconforto (fora outros benefícios de saúde).

Eu não gosto de fazer repetições puxando um ferro, mas gosto da melhoria na mente, corpo e espírito após semanas consecutivas treinando.

Eu não gosto de acordar cedo, mas gosto da sensação de bater meio-dia no relógio e já ter realizado quase todos meus principais hábitos.

A motivação é temporária como um graveto queimando instantaneamente ao ser jogado no fogo.
Já a disciplina é duradoura como um tora de madeira queimando lentamente.

A boa e má notícia da Neurociência

No livro Hábitos Atômicos, James Clear ensina as 4 leis da formação de hábitos:

  1. Estímulo (cue) – torne o hábito óbvio.

  2. Desejo (craving) – torne o hábito atrativo.

  3. Resposta (response) – torne o hábito fácil.

  4. Recompensa (reward) – torne o hábito satisfatório.

Logo, a formação de um hábito tem ligação direta com neurotransmissores.
Afinal, nosso bem-estar dependem deles.

O Quarteto da Felicidade, conjunto de neurotransmissores, reúne os principais:

  • Endorfina – conhecida como o hormônio da felicidade.

  • Serotonina – conhecida como o hormônio do prazer.

  • Dopamina – conhecida como o hormônio do bem-estar.

  • Oxitocina – conhecida como o hormônio do amor.

Nossos níveis de motivação são afetados pela Dopamina.
Quando seus níveis aumentam, agimos com mais facilidade.

Porém, ela não é ativada somente quando sentimos felicidade, prazer ou bem-estar.
Mas também quando antecipamos esse desejo.

Por esse motivo, fazer uma aposta no Cassino chega a ser mais ou tão emocionante quanto seu resultado.
Assim como para muitos planejar a viagem perfeita chega a ser mais ou tão prazerosa como estar lá.

A liberação de Dopamina está ligada à segunda lei na formação de um hábito: o Desejo (craving).

Então, qual é a boa e má notícia?
A má notícia é que você pode desenvolver péssimos hábitos sem mesmo se dar conta deles, como pegar seu celular e abrir seu Instagram logo nos primeiros minutos do dia.

De acordo com as 4 leis:

  1. Estímulo (óbvio): se você dormir com o celular do lado, será óbvio pegá-lo ao acordar.

  2. Desejo (atrativo): Nosso craving pela liberação de Dopamina é ativado quando abrimos o Instagram e temos novas mensagens, pessoas olhando os stories e curtidas ou comentários.

  3. Resposta (fácil): Como o algoritmo é muito bom em nos recomendar publicações que gostamos, nos tornamos viciados em continuar nessa rede.

  4. Recompensa (satisfatória): após se conectar com o que se passa na vida de seus amigos, se divertir com memes, você se sente melhor.

Porém, será mesmo que essa é uma experiência satisfatória?
Diferente de uma meditação, eu raramente me sinto melhor quando fecho o aplicativo do Instagram.

Quem muito consome, pouco produz.
Logo, um dos hábitos que tenho é evitar ao máximo entrar no Instagram ou Whatsapp pela manhã.

A boa notícia é você poder aplicar a inversão destas 4 leis para eliminar um hábito ruim:

  1. Estímulo: Torne invisível. Carrego meu celular no meu home office ao lado do meu quarto onde durmo. Logo, já evito abrir o celular nos primeiros segundos do dia.

  2. Desejo: Escondo os aplicativos de redes sociais pela manhã, deixando somente visíveis os aplicativos de Snipd (podcast), Notes (anotações) e Obsidian (escrita).

  3. Resposta Priming the ambience. Ou seja, preparando o ambiente. No caso, o celular. Deixo o aplicativo de podcast já aberto antes de dormir. Logo, quando abro o celular de manhã já estou onde deveria: estudando.

  4. Recompensa: Após voltar do treino, acesso às redes sociais. Dessa forma, garanto ser a prioridade da minha manhã. Os barulhos do mundo externo só entram à tarde.

Todo hábito pode ter seu lado de luz e sombra.
Mas é você quem decide a interferência deles em sua vida.
Continue lendo.

Como desenvolver bons hábitos (difíceis)

Bons hábitos são como o topo de uma montanha. É fácil olhar para ele, mas isso não torna a montanha fácil de escalar.

Gosto da Regra dos dois minutos apresentada no livro Hábitos Atômicos:
“Ao iniciar um novo hábito, ele deve ser completado em menos de dois minutos.”

Você descobrirá que qualquer hábito cabe em uma versão de dois minutos:

  • “Ler antes de dormir todas as noites” torna-se “Ler uma página”.

  • “Praticar 30 minutos de Yoga” vira “Pegar meu tapete de Yoga”.

  • "Guardar a roupa lavada" se transforma em "Dobrar um par de meias".

  • "Correr 5km" torna-se "Colocar o tênis de corrida."

O objetivo é facilitar o início de qualquer hábito.
Qualquer um pode meditar por 2 minutos, ler uma página ou descartar uma peça de roupa velha.

Apesar de simples, essa é uma estratégia poderosa.
O que você deseja é uma porta de entrada de fácil acesso que o leva a um caminho mais produtivo.

Você sabe que escrever todos os dias irá desenvolver suas habilidades como escritor.
Porém, você não deve colocar uma meta de produzir um milhão de palavras no ano, se ainda escreve de forma inconsistente.

É como desejar completar uma maratona sem correr seu primeiro quilômetro.

Portanto, use a Regra de Dois Minutos, principalmente com novos hábitos.

  • Abrir seu editor de texto é muito fácil.

  • Escrever uma página é fácil.

  • Escrever mil palavras por dia é moderadamente difícil.

  • Escrever 5 mil palavras por dia é difícil.

  • Escrever 10 mil palavras em um dia é muito difícil.

A sua porta de entrada para escrever todos os dias é começar pelo caminho de menor resistência: abrir seu editor de texto.

A Ilusão da Perfeição

No primeiro dia de aula um professor dividiu seus estudantes de fotografia em dois grupos.

Todos no lado esquerdo da sala de aula, ele explicou, são do grupo “Quantidade”.

Eles seriam avaliados apenas pela quantidade de trabalho produzido. Ou seja, pelo número de fotos enviadas por cada aluno.

  • Mais de cem fotos enviadas e o aluno tiraria nota 10.

  • Noventa fotos uma nota 9.

  • Oitenta fotos uma nota 8.

E assim por diante.

Enquanto isso, todos no lado direito da sala são no grupo “Qualidade”.

Eles seriam classificados apenas pela excelência de seu trabalho.

Somente uma foto era necessária durante todo o semestre, mas, para obter um 10, ela deveria ser uma imagem próxima da perfeição.

Durante o semestre, os alunos do grupo "Quantidade" estavam ocupados tirando fotos, experimentando a composição e a iluminação, testando vários métodos na câmara e aprendendo com seus erros.

No processo de criar centenas de fotos, eles desenvolveram suas habilidades.

Enquanto isso, o grupo da “Perfeição” pensou milhões de maneiras diferentes sobre como seria essa magnífica foto.

No final, colheram teorias não verificadas e uma única foto medíocre.

Já o grupo da “Quantidade”, tirando mais de cem fotos, saiu da teoria para ação.

E, assim, produziram fotos de maior qualidade que o grupo da perfeição.

É fácil ficar atolado buscando o plano ideal para a mudança:

  • A maneira mais rápida de perder peso,

  • O melhor programa para ganhar músculo,

  • A ideia perfeita para gerar uma renda extra.

Estamos tão focados em descobrir a melhor abordagem que nunca partimos para a ação.

Essa é a diferença entre estar em movimento e agir.
Ambos parecem semelhantes, mas não são.

Quando você está em movimento, está planejando, elaborando estratégias e aprendendo.

Apesar de o movimento ser positivo, ele não gera resultado.
A ação, por outro lado, é um comportamento gerador de resultado.

  • Se eu rascunhar vinte ideias para artigos que desejo escrever, isso é movimento.

  • Se escrever mil palavras desse artigo, isso é ação.

  • Se pesquisar o melhor plano de dieta e ler alguns livros sobre o assunto, isso é movimento.

  • Se comer uma refeição saudável, isso é ação.

Não importa quantos livros você ler sobre como aprender a nadar, nenhum deles te fará um nadador se você não se jogar na água.

Somente na ação você encontra o resultado que deseja alcançar.

Não marque compromisso com o movimento, mas sim com sua ação.

  • Foque no processo, não no prêmio.

  • Busque o progresso, não a perfeição.

  • Proteja a ação de seus hábitos e os resultados tomarão conta de si mesmos.

Como ser 37x melhor em qualquer atividade

Em dezembro de 2016 fui ao evento do Tony Robbins chamado DWD (Date With Destiny).
Meu encontro com o destino estava marcado.
Foi uma das melhores experiências de desenvolvimento pessoal que tive até hoje.

Um dos conceitos que Robbins defende são as 6 necessidades humanas:

  1. Certeza / Segurança

  2. Incerteza / Variedade

  3. Significado / Importância

  4. Amor / Conexão

  5. Crescimento

  6. Contribuição

Segundo ele, todos temos uma necessidade primária e secundária. As minhas em 2016 eram:

1: Crescimento
A vida, em uma palavra se resume a progresso.
Tudo aquilo que não cresce, morre.

2: Significado / Importância
Precisamos acreditar que somos especiais, únicos, diferentes, autênticos e importantes.

Logo, hábitos são uma forma de melhoria constante, de crescimento.
1% melhor todo dia equivale a 37x melhor ao longo de um ano.

Imagine ser 37x melhor no treino, no trabalho, nos relacionamentos.
Esse é o poder dos juros hábitos compostos.

E foi com essa intenção que decidi escolher quais hábitos buscaria com disciplina extrema após meu "encontro com o destino".

Como escolho e desenvolvo meus hábitos

Você que já conhece um pouco da minha história sabe que em 2018 tive um sério burnout (assunto da próxima edição 005).
Nesse período, desenvolvi síndrome do pânico e joguei todos meus hábitos no lixo.

Parei de comer bem. Parei de ir à academia. Parei de meditar.
Parei de ir ao parque. Parei de conversar com amigos e até família.

Tudo numa tentativa frustrada de crescer o faturamento de um negócio já mal das pernas.
Como diz meu amigo Thiago Sarinho (@thiagosarinho): "um gigante com pernas de barro".

Ou como o próprio mestre dos hábitos atômicos, James Clear:
"You do not rise to the level of your goals. You fall to the level of your systems."
"Você não ascende ao nível de seus objetivos. Você cai pelo nível de seus sistemas."

Logo, não espere uma relação perfeita com seus hábitos. Ela não existe.
Senti na prática como ignorar bons hábitos pode quase ser fatal.

No livro Hábitos Atômicos, Clear nos faz refletir:
"Imagine um avião viajando de Nova Iorque para Los Angeles.
Ajustando apenas sua rota em 3º (ou dois metros), ele irá parar em Tijuana no México."

Um bom sistema é formado pela curadoria de bons hábitos.
Apesar deles se transformarem a cada ano, gosto de pensar sobre hábitos nestes 5 pilares.

  1. Estudar

  2. Escrever

  3. Tocar

  4. Treinar

  5. Cuidar

(1) Hábito de estudar 🧠

Sou daqueles que sente prazer em estudar o que gosto.
Era um péssimo aluno na faculdade.
Repeti matérias tirando zero nas duas provas, buscando genuinamente acertar uma única questão.

Paradoxalmente, era um dos que mais estudava. Mas não para a faculdade.
No trajeto de 2-3h por dia em ônibus/van de casa para a universidade, escutava podcasts.

Durante as aulas, terminei mais de 10 livros completos sobre investimentos.
Afinal, eles eram bem mais interessantes que as entediantes aulas de cálculo, ciências políticas ou microeconomia.

Na categoria de estudo, ao invés de começar meu dia abrindo Whatsapp ou Instagram, meu aplicativo de escolha é o Snipd (podcast) ou Kindle/Audible (audiobook).

Desde os 18 anos, estudo praticamente tudo em inglês.
Além de fixar conhecimento de ponta, desenvolvo o listening (escuta ativa), principal habilidade para compreender um idioma.

Logo, preparo meu café da manhã ouvindo podcasts ou audiobooks no celular.
Ao comer, procuro assistir vídeos, séries ou cursos no tablet.
E quando estou no "modo pesquisa", geralmente leio no computador.

Sou fascinado por conceitos memoráveis. Logo, faço muitas anotações.
São elas que facilitam a conexão com o próximo hábito.

(2) Hábito de escrever ✏️

"A escrita é o motor para a clareza". ~Jeff Bezos.
Publico meus textos na internet desde 2007.
Comecei em fóruns escrevendo resumos dos livros gringos sobre investimentos que lia na faculdade.
Em 2009, criei meu blog, o HC Investimentos, escrevendo um artigo por semana.

Escrever é um hábito antigo que carrego até hoje.
Reservo pelo menos um bloco de 55 minutos, desligo o corretor ortográfico e dou asas à criatividade.
Após mais de uma década, desenvolvi um estilo próprio e altamente replicável de escrever com rapidez e qualidade.

Inclusive, comecei escrever esse texto, publicado no domingo, sexta-feira à tarde.
Em breve, detalho esse método de escrita para você na edição 007.

As ferramentas que uso são:

  1. Para escrever: Obsidian.

  2. Para revisar: Clarice.ai.

  3. Para publicar: BeeHiiv.

(3) Hábito de tocar 🎹

Não nasci em uma família de músicos.
Mas hoje, quase dois anos após começar a tocar teclado, é um hábito diário que sinto falta quando estou fora de casa.

Tenho prazer em estudar teoria musical, que muitos julgam chata.
E tive o privilégio de contar com o melhor para me treinar.
Além de amigo e mentorado, Milo Andreo (@miloandreo) é meu professor que me guia nos estudos e práticas do teclado.

Seguindo as quatro etapas do método M.I.L.O e treinando uma hora por dia, hoje sinto o reconhecimento e elogios quando toco músicas famosas em público, como:

  • If I A'int Got You (Alicia Keys)

  • The Scientist (Coldplay)

  • Interstellar Theme (Hans Zimmer)

  • Written on the Sky (Max Richter)

  • Una Mattina (Ludovico Eunadi)

  • Nuvole Bianche (Ludovico Eunadi) - minha preferida

  • All of me (John Legend)

Não há palavras para descrever a emoção de tocar piano e ter pessoas te gravando, aplaudindo e te elogiando.

Para quem veio de uma família racional de engenheiros (meu irmão, primos, pai e tios são), é como uma quebra de padrão.

Confesso que o piano não é um instrumento fácil. Requer paciência, dedicação.
Mas nada que uma hora consistente por dia te faz chegar lá.
Esse foi (e continua sendo) meu plano para chegar ao nível profissional com 5 anos de prática.

(4) Hábito de treinar 🏋️

Para mim, cansar o corpo é descansar a mente.
Logo, ficar mais forte, rasgado e atraente é secundário.
O treino atua como um reset da cabeça.

60 minutos é tudo que preciso. 45 puxando ferro e 15 de cardio.
Esse básico bem feito seis vezes na semana é minha vitória.

Antes de aplicar esse hábito, treinava quando tinha vontade.
Fazia cardio quando sobrava tempo.
Comia o que estava mais fácil e disponível.
Logo, esperar nada além de um corpo fraco e magrelo seria impossível.

O excelente nada mais é que o bom consistente

Em 2019, pesva em torno de 65kg e, como você pode ver, estava pior que um grilo.
Com a Pandemia em 2020, acertei a alimentação e já vi uma evolução.

Em 2021, passei a treinar 6x por semana na academia.
Em 2022, adicionei nutri e endócrino à minha rotina de alimentação e suplementação.

Agora em 2023, treino 3x sozinho na academia e 3x com personal, mantendo nutri e endócrino.

Até 2021 totalmente puro. Como brinco com amigos: só no "orgânico".
Em 2022 fiz ciclo de testo em gel, adicionando o "tráfego pago".
E em 2023 fiz um ciclo de testo injetável.

Acho curioso como essas fotos de antes e depois são tangíveis na mudança do corpo.
Mas e a mentalidade? Qual Alquimia da Mente ocorreu entre 2019 e 2023?

Garanto que a transformação da mente, embora invisível na foto, é muito maior que a do corpo. Uma colabora para outra.

(5) Hábito de cuidar 🪞

Nessa categoria temos:

  • Autocuidado.

  • Autoconhecimento.

  • Autoimagem.

Procuro realizar estes hábitos atômicos diariamente:

  1. Tomar 3 litros de água por dia.

  2. Fazer exercício de voz (alô fono).

  3. Suplementos (vitamina C, D, Ômega3, Magnésio).

  4. Pegar sol.

  5. Meditar.

  6. Devocinal.

  7. Liberação miofascial.

  8. Banho gelado.

  9. Protetor solar.

  10. Fio dental.

Portanto, são mini hábitos embalados dentro do hábito de cuidado pessoal.
É possível realizar a maioria deles em dez minutos ou menos.
Porém, quando somados, assim como os hábitos acima, somam uma hora.

Logo, 5 horas do meu dia são dedicadas exclusivamente às 5 categorias de hábitos:

  1. Estudar

  2. Escrever

  3. Tocar

  4. Treinar

  5. Cuidar

Conseguir dar um check nestas categorias é minha vitória diária.
É meu 1% melhor todo dia.

Como mensurar seus hábitos

Essa é a pergunta que vale um milhão de dólares.
Afinal, já testei diversas metodologias.

Testei posts pregados na parede.
Testei escrever em um quadro branco no quarto.
Testei usar o app Notas no iPhone.

Testei diversos aplicativos para tracking de hábitos como:

  • Habit (melhor app na minha visão hoje em dia).

  • Habitica (permite você transformar seus hábitos bons e ruins em um jogo).

  • Streaks (tem ótima integração com o app nativo Health para marcar automaticamente seus hábitos).

  • Everyday (ótimo app visual para ver sua corrente de hábitos consecutivos).

Porém, nenhum aplicativo teve valor acima de uma estratégia que conheci em 2021.
Estava viajando em Punta Cana e, após um longo passeio de barco, fui treinar ouvindo um podcast do Tim Ferris com o Jim Collins.

Jim Collins escreveu meus livros favoritos sobre gestão, como "Good to Great", "Built to Last" e "Great by Choice".

Todos baseados em evidências científicas por meio de pesquisas pela universidade de Stanford. Logo, sua visão de mundo é bem analítica.

Entretanto, fiquei impressionado com sua forma de mensurar seus hábitos e integrá-los como seu diário (journaling).

Como funciona sua metodologia?
Ele dá uma nota entre -2 | -1 | 0 | +1 | +2 para seus dias.
E acompanha em torno de cinco a sete hábitos .
Por fim, escreve um rápido trecho resumindo o dia.

Esse conceito fez tanto sentido que esse dia treinei por mais de duas horas só para terminar o podcast de uma vez.

Chegando em casa, coloquei em prática esse sistema. Ficou assim:

O ouro dessa metodologia é entender padrões.
Qual é o padrão de um dia +2? E um dia -2?

Na época, usava o aplicativo Notion, ótimo para criar tabelas, colocar tags, criar filtros e ordenar itens.

Percebi que relacionamento pessoal era o principal gatilho para um dia +2 ou -2.
Construir uma vida próspera a dois me motiva, assim como ótimos amigos e familiares.
Já brigas e conversas difíceis são o principal gatilho para um dia negativo.

Dias alternando entre +1 e -1 estão muito ligados ao trabalho.
+1 quando meus mentorados alcançam resultados incríveis ou quando escrevo um texto criativo.
-1 quando faço atividades na empresa que não curto, como gravar vídeos, reuniões improdutivas e fico desgastado mentalmente.

Por fim, dias com nota 0 são um reflexo da rotina, sem nada bom ou ruim acontecendo.

Dos 209 dias que cataloguei nessa época, minha média diária foi de +0.82.
É difícil ter um sentimento de progresso olhando um único dia.
Mas quando você olha cem, duzentos ou bem mais dias, torna-se claro a linha de tendência positiva na sua vida.

Afinal, a felicidade é um estado natural do ser humano.
Nós que complicamos demais a vida com comparações inúteis.

Dê sempre o seu melhor

Esse é o quarto compromisso do maravilhoso livro "Os Quatro Compromissos" do autor Don Miguel Ruiz.

Não espere ter uma vida perfeita por conta dos seus hábitos.
Eles mudam. E nem sempre você conseguirá dar check em todos.
Mas, carregue consigo a intenção de sempre dar seu melhor.

Busque ter clareza dos hábitos bons e ruins que você tem atualmente.
Busque não quebrar a corrente dos seus bons hábitos.
Busque usar a neurociência ao seu favor para cortar hábitos ruins.

Gosto muito da frase do Napolean Hill:
"If you cannot do great things, do small things in a great way"
"Se você não puder fazer grandes coisas, faça pequenas coisas de maneira grandiosa".

Na próxima edição #005

O coração palpitando.
Síndrome do pânico.
Uma dívida de 200 mil reais.

É mais fácil chegar no topo da montanha em qualquer atividade que se manter lá.
E quanto mais alta for essa montanha, maior a gravidade de sua queda.

Todos nós caímos.
Todos nós sofremos.
Todos nós escalamos montanhas e caímos nos vales.

A grandeza de uma pessoa não se conquista quando se está no topo da montanha, mas o quão longe você aguenta caminhar durante seus vales.

Ela reside em aguentar a pressão performando em alto nível.

Quando você carrega o peso do mundo em seus ombros, aprender a lidar com suas emoções é essencial para o sucesso.

Mas esse peso não é um fardo.
A pressão é um privilégio.
Só através dela evoluímos.

Na próxima edição #005 vamos mergulhar profundamente na síndrome de burnout e como ela trouxe clareza para o futuro do meu negócio (e da minha vida).

Até a próxima edição da Alquimia da Mente.
Um forte abraço!
Per aspera ad astra! 🎖️
HC

📩 Sobre a Newsletter Alquimia da Mente

✍️ Escrita por Henrique Carvalho compartilhando experiências pessoais ao redor dos temas: Maestria, Mentalidade e Marketing.
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