Como lidar com críticas

Alquimia da Mente – Edição #056

Ouvindo críticas e tomando um Whisky em Atenas 🇬🇷

“Você vai fracassar no vestibular porque não entende nada de Química”.

Essa crítica penetrou meu coração como uma faca bem afiada.
Era meu último ano na escola e meu professor de Química disse essas palavras sem dó na frente dos meus melhores amigos.

Estava em recuperação em 3 matérias: Biologia, Física e, claro, Química.
Minhas notas, assim como meu foco, caiam ano após ano.
Eu era um nerd-exemplar-orgulho-da-família e agora era um “vagabundo que não queria saber de nada na vida”.

Em casa, todo dia era uma batalha com as brigas constantes dos meus pais.
Um papel escrito “divórcio” seria assinado dentro de apenas algumas semanas.

Tinha uma namorada, mas o relacionamento já estava quebrado em cacos. Não sentia mais respeito da parte dela, pois era feito de gato e sapato.

Meu amigos estavam mais perdidos que eu saindo à noite para brincar de “guerra de pedra” até o dia que um deles foi parar no hospital com o rosto todo ensanguentado.

Tive crises constantes de identidade.
Minha visão falhava diversas vezes pelo stress.
Pensei várias vezes em desistir e jogar tudo para o alto.
Estava em uma espiral negativa na vida.

Mas… aquela crítica do professor de Química não saia da minha cabeça:
“Você vai fracassar”. “Você vai fracassar”. “Você vai fracassar”.

Olha, eu poderia não ser o aluno mais brilhante.
Eu poderia não ser a pessoa mais interessante da sala.
Eu poderia não ter as atitudes mais corretas.

Mas, meus pais me ensinaram duas lições que nunca me esquecerei:
Minha mãe me ensinou a compaixão pelo tamanho do seu coração.
Meu pai me ensinou a nunca desistir pelo caminho dos esportes.

Logo, entendi desde muito cedo que perder faz parte do jogo.
Mas fracassar por covardia é inaceitável.
Estudei e passei de ano cravado com nota seis em química só para provar que aquele professor estava errado.

O Menino de regata, bermuda e chinelo

Os paradoxos da vida

Quando entrei na faculdade, peguei ranço pelo mundo acadêmico.
Os professores queriam usar sua posição de autoridade para me encaixar dentro da visão de mundo deles. Queriam me dizer como agir, como estudar, como ser alguém na vida”.

Um dia, na frente de toda a classe, ouvi de um professor:
– “Olhem para o Henrique vestido de regata, bermuda e chinelo. Agora, olhem para o Vinícius: Terno, camisa social, gravata e sapato de couro. Ele está construindo um futuro brilhante em uma Gestora de Investimentos.”

Esse professor não sabia (e nunca saberá), mas toda vez que meu amigo Vinícius tinha um desafio muito maior que sua habilidade na área de investimentos, um pedido de ajuda chegava no meu celular.

Era o menino de regata, bermuda e chinelo que resolvia os problemas de gente grande em uma Gestora de Investimentos.

Eu sentia que era uma peça quadrada que não se encaixa em um mundo de peças redondas, como uma vez disse Steve Jobs.

Após me arrastar quatro anos, larguei a faculdade para seguir meu caminho.
Criei um blog, vendi produtos digitais, montei um time, me tornei um empreendedor. Em 2014 apenas, faturei 2.5 milhões de reais.

Hoje, dez anos depois, penso:
Será que teria alcançado esse resultado se não tivesse um professor duvidando da minha capacidade?”

Sinceramente, acredito que não. Afinal:

Ninguém se torna excepcional sem uma crítica que penetra o coração.

Essa é minha tese para o texto de hoje.
Todas as pessoas brilhantes que conheço já tiveram um grande crítico, alguém que duvidava, debochava, ria, julgava ou tirava sarro.

Tenho certeza que você conhece pessoas assim e, provavelmente, também é uma pessoa que foi forjada no fogo.

As críticas são como o fogo que forja o aço. Elas nos testam, nos pressionam e, por vezes, parecem nos quebrar. Mas é através desse processo doloroso que nos tornamos mais fortes, mais resilientes e mais determinados. 

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