Seja chato até se tornar interessante

Alquimia da Mente – Edição #010

Tocando um piano chique no hotel que foi eleito o 2º melhor do mundo

Desenvolva uma amizade com o tédio.
Acredito que um dos segredos para uma vida mais simples, fácil e leve é gostar do processo, do entediante, do chato.

É muito fácil querer tocar igual Beethoven, Chopin ou Mozart.
É muito difícil treinar incontáveis horas por dia como eles.

É muito fácil querer marcar tantos gols como o Messi no futebol.
É muito difícil treinar de 3-5 horas por dia e seguir uma dieta super restrita.

É muito fácil querer faturar milhões com sua escrita.
É muito difícil escrever um milhão de palavras por ano (quase três mil palavras por dia).

O destino final é muito mais atrativo que o caminho.
Saber apreciar a longa jornada é a grande vantagem das pessoais formidáveis.

Aprecie o que é chato para se tornar interessante.

A parte chata do piano

Durante meu primeiro mês aprendendo a tocar piano, só queria tocar minhas músicas favoritas. Não fazia curso, não tinha um método, não tinha um mentor.

Advinha o que aconteceu?
Só conseguia postar trechos curtos de 10 a 15 segundos nos Stories.
Como meus dois primeiros vídeos:

Foi somente após escolher o Milo Andreo como meu mentor de piano e fazer seu curso que entendi o processo de estudos.

Teoria musical. Dominar as escalas. Desenvolver a coordenação motora. Tocar com o metrônomo. Fazer exercícios de ouvido para reconhecer intervalos entre notas.

Esse processo chato não me gera tanta satisfação quanto tocar músicas do meu pianista favorito, Ludovico Einaudi.

Mas é justamente por treinar o "chato" durante várias horas que hoje consigo tocar:

A parte chata do futebol

No futebol, demorei anos até ser o jogador mais disputado no par ou ímpar na hora de formar os times.

Treinava sozinho numa quadra com cones simulando sequências de dribles com chutes rápidos.

Alcancei outro nível quando só me permita chutar com a esquerda nos treinos.
Sendo destro, era um desafio chutar bem com ambas as pernas.

Logo, jogava bem pela meia direita ou esquerda, pois bastava repetir os treinos:

  • Corte da direita para esquerda, chute com a esquerda no canto direto do goleiro.

  • Corte da esquerda para direita, chute com a direita no canto esquerdo do goleiro.

A maioria dos meus amigos chegava na pelada, não aquecia e queria render como Messi ou Cristiano Ronaldo.

Enquanto isso, eu seguia dois segredos usados por todo campeão.
Ao longo do texto, compartilho em detalhe ambos com você.

A parte chata do tênis

Caí de paraquedas no tênis, conforme narrei na edição #001 dessa newsletter.

Apesar de jogar contra amigos que praticam há anos e fazem aulas com professores desde janeiro, mantenho uma taxa de 80,6% de vitória.
Dos 31 jogos, foram 25 vitórias e 6 derrotas.

Até o início desse ano, só havia jogado duas vezes na vida.
Ainda hoje, sou o pior jogador entre os amigos na parte técnica no tênis.
Mas trago uma vantagem competitiva de praticar esportes desde cedo.

Acredito que faço mais trabalho chato que todos eles.

  • Faço treino funcional com personal três vezes na semana. Nos outros três, academia.

  • Sigo uma dieta específica, saindo da rotina apenas quarta e sábado.

  • Segundo última avaliação, estou com 6,1% de gordura corporal. Isso me permite ser mais resistente, flexível e ágil na quadra.

  • Foco bastante no aquecimento, no alongamento, na liberação miofascial. Tiro 15 minutos por dia para esse treino extra.

  • Não faço aulas de tênis (ainda), mas foco no footwork. O trabalho de movimentação com pernas e pés (valeu pela dica Augusto Moro).

  • Vou ao osteopata uma vez por mês para "alinhar" todo o corpo.

  • Inseri, pela primeira vez, um treino específico de glúteo para não sobrecarregar a lombar e minhas pernas ganharem mais força nos agachamentos.

Compenso minha falta de técnica com a raquete com o treino físico e mental.
Como ouvi em um documentário, o jogo de tênis é uma combinação de ter:

  1. As pernas de um jogador de futebol.

  2. O pulmão de um maratonista.

  3. O hiperfoco de um empreendedor serial.

Essa edição #010 não é sobre piano, futebol ou tênis.
Mas sobre como aprender rápido uma nova habilidade.

Continue lendo e coloque sua música favorita abaixo tocada por mim como trilha sonora de fundo:

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