A Cura da Ansiedade?

🍊Alquimia da Mente – Edição #076

Evento “Alquimia das Vendas em SP. Maio/2023

Trinta minutos escondido no banheiro de um evento com duas mil pessoas.

Este sou eu, tentando recuperar minha energia social.

Do lado de fora, centenas de pessoas fazendo networking. Do lado de dentro, apenas eu e meus pensamentos acelerados.

Existe algo fascinante sobre a ansiedade social: ela não escolhe tamanho nem sucesso. 

  • Já ministrei centenas de palestras.

  • Já falei para mais de 5.000 pessoas.

  • Já fui em vários eventos internacionais.

  • Já vendi milhões em infoprodutos. 

Mas, mesmo conhecendo todos de um grupo de Mastermind, também já dei uma escapada para dormir uma hora e "recarregar". 

Uma vez, os organizadores de um evento perderam minha apresentação. Resultado? Dez minutos improvisando histórias no palco para duzentas pessoas

Quanto mais você cresce profissionalmente, mais situações sociais intensas aparecem. E quanto mais você tenta se preparar para elas, mais ansioso fica.

Por anos, achei que havia algo errado comigo
Sendo introvertido, parecia que havia nascido com um defeito de fábrica, mas ninguém fazia o recall para conserto.

Como alguém pode alcançar milhões de pessoas online, mas suar frio para gravar um único vídeo em público?

Com o tempo, descobri algo peculiar: uma possível cura não está onde todo mundo procura.

  • Médicos recomendam remédios.
    Treinadores, técnicas de respiração.

  • Terapeutas, uma exposição gradual.

Tendo passado por um burnout em 2018 e sofrido com crises de ansiedade, descobri algo que mudou tudo.

Algo tão simples que crianças de 7 anos fazem naturalmente.

Algo tão óbvio que nós, adultos viciados em conceitos e números, esquecemos completamente.

Em alguns minutos, vou te mostrar como uma única mudança na lente que você enxerga a ansiedade, pode transformar completamente sua experiência social. 

É uma descoberta que venho aplicando há anos e compartilhando com centenas de empreendedores digitais que passam pelo mesmo desafio.

Mas aviso: a solução é contraintuitiva

Acredito que é por isso que ela funcione tão bem.

Continue lendo.

A Prisão de Cristal

"A maior prisão que as pessoas vivem é o medo do que os outros pensam."

- David Icke

Você está em uma prisão feita inteiramente de cristal.

É possível ver tudo lá fora.

Você pode observar pessoas sorrindo, conversando, vivendo.

Mas cada vez que tenta alcançá-las, suas mãos batem em paredes invisíveis.

Esta é a realidade de quem vive com ansiedade social.

Durante uma mentoria, uma aluna construiu sua prisão de cristal.

Ela é especialista em sua área, admirada por sua audiência e seus conteúdos são como diamantes. Mas algo peculiar acontece momentos antes de entrar em uma reunião para fechar um cliente:

Sua garganta fecha.
O estômago embaralha.
A mente vira um tribunal:

  • "Será que vou conseguir explicar de forma clara?"

  • "E se as estratégias não funcionarem para este cliente?"

  • "Por que ele está tão quieto? Não está gostando?"

O mais fascinante? Ela sabe exatamente o que vai falar. Domina o assunto como poucos. Mas quanto mais ela se preocupa em como está se saindo, menos presente fica na conversa. 

É como um gato tentando pegar a própria cauda. Quanto mais rápido ele gira, mais a cauda foge. No momento em que para de perseguir, ela está ali, naturalmente.

Da mesma forma, quanto mais tentamos monitorar nossa performance social, menos naturais nos tornamos

A mente vira um reality show particular:

  • Uma parte está atuando

  • Outra parte está dirigindo

  • E uma terceira parte está assistindo e criticando tudo

Não sobra energia para simplesmente... estar ali.

É um loop infinito de autoconsciência. Como um espelho refletindo outro espelho, criando um túnel sem fim de reflexos distorcidos.

Conceito que você deve conhecer como overthinking.

Quem se identifica?

Mas aqui está o detalhe mais cruel dessa prisão de cristal: fomos nós mesmos que a construímos

Tijolo por tijolo.
Pensamento por pensamento.
Medo por medo.

O mais irônico?
A chave para sair nunca esteve perdida.
Estava apenas virada para o lado errado.

GPS quebrado

"O excesso de análise leva à paralisia."

- Winston Churchill

Você tem no seu carro um GPS.
Porém, ele está com defeito.
A cada segundo, ele recalcula a rota.

"Vire à direita. Não, à esquerda. Espere, volte."

A cada nova instrução, você fica mais perdido. Mais ansioso. Mais paralisado.

É assim que funciona a mente de quem vive com ansiedade social.

Em uma recente pesquisa com empreendedores digitais, descobrimos algo fascinante: 87% admitem passar mais tempo pensando sobre interações sociais do que participando delas.

Nossa mente vira um GPS descontrolado:

  • "Fale mais alto. Não, mais baixo."

  • "Sorria mais. Não, está sorrindo demais."

  • "Seja mais profissional. Não, mais casual."

  • "Mostre autoridade. Não, seja mais humilde."

É um trabalho exaustivo tentar seguir todas essas instruções contraditórias.

Pense em quantas vezes você:

  • Gravou um stories 15 vezes até parecer "natural”.

  • Escreveu e reescreveu uma simples mensagem no WhatsApp.

  • Ensaiou uma fala importante até sua voz ficar rouca.

  • Analisou cada detalhe de uma reunião dias depois que ela acabou.

Quanto mais você tenta seguir esse GPS mental, mais longe fica do seu destino.

É como dirigir olhando apenas para o GPS, esquecendo de olhar pela janela. Em algum momento, você vai bater.

Sua mente vira um algoritmo bugado:

  • Processando infinitos cenários

  • Calculando todas as variáveis

  • Analisando cada resultado possível

  • Tentando prever o imprevisível

O resultado? Burnout social.

Mas aqui está a virada dessa história: a solução nunca esteve em tentar encontrar a rota perfeita.

Na verdade, a liberdade está em aprender a dirigir sem GPS.

E é exatamente isso que vou te mostrar agora.

A lição que aprendi com Tony Robbins

The one and only: Tony Robbins (DWD 2016)

"Quando você muda o modo como olha para as coisas, as coisas que você olha mudam."

- Wayne Dyer

Boca Raton, Flórida.
Um evento chamado ”Date With Destiny”.
Uma sala com mais de três mil pessoas.
Tony Robbins no palco.
Foi ali que tudo mudou.

Entre tantas descobertas poderosas daqueles dias intensos, uma delas transformou completamente minha relação com ansiedade social:

É impossível estar em dois estados emocionais ao mesmo tempo.

Tony demonstrou algo fascinante:

  • Você não pode estar curioso e ansioso simultaneamente

  • Assim como não pode estar grato e preocupado no mesmo instante

É como se nosso cérebro tivesse uma chave de liga/desliga emocional:

  • Quando a curiosidade liga, a ansiedade desliga.

  • Quando a gratidão liga, a preocupação desliga.

  • Quando o foco liga, a autocrítica desliga.

É como tirar uma foto: você pode focar na câmera ou no momento. Nunca nos dois.

A curiosidade é tipo um superpoder social:

  • Transforma encontros em aventuras.

  • Converte apresentações em conversas.

  • Transmuta networking em descoberta.

Essa verdade se provou mais uma vez essa semana.

Estive em Floripa, segunda melhor cidade do Brasil, no Master do meu amigo Vinícius Possebon. Fui convidado para palestrar sobre newsletters.

No almoço do segundo dia, a Duda sentou ao meu lado.

Não a conhecia, mas logo percebi sua bagagem intelectual e muita experiência de mercado. Ela foi braço direito do Neil Patel, cuidando de seus blogs por vários anos.

Hoje, é gestora de projetos de grandes nomes do mercado digital.

"Te acompanho desde o Viver de Blog", ela disse.

O tempo parou.
O almoço acabou.
Mas a conversa fluía.

Só percebemos que éramos os últimos na mesa quando alguém do evento veio nos "resgatar".

Depois, ela me mandou uma mensagem que resume tudo sobre essa conversa: "me senti viva"

Dois introvertidos.
Uma conexão instantânea.
Uma amizade e parceria que sobreviverá o tempo.

O segredo? Perguntas genuinamente curiosas.
A curiosidade não é uma habilidade a ser desenvolvida.
É um estado natural que foi soterrado por anos de autoconsciência excessiva.

Crianças são naturalmente curiosas.
Elas não precisam de técnicas para fazer perguntas.
Não precisam de scripts para se interessar pelo mundo.

E dentro de você, essa criança curiosa ainda existe.

Ela só está esperando você fazer o "liga/desliga".

O Poder das Perguntas

"As pessoas podem esquecer o que você disse, podem esquecer o que você fez, mas nunca esquecerão como você as fez sentir."

- Maya Angelou

Esqueça as perguntas automáticas de networking:

  • "O que você faz?"

  • "Como vai o trabalho?"

  • "Está gostando do evento?"

Faça perguntas que tocam sem sentimentos mais profundos.

Perguntas que fazem as pessoas pararem para pensar.
Perguntas que abrem portas para conexões reais.
Perguntas simples como estas:

  • "O que te fez escolher esse caminho?"

  • "Qual foi seu maior aprendizado até aqui?"

  • "O que mais te surpreendeu nessa jornada?"

Esse é um ótimo início.
Mas não pare por aí. 
O segredo de uma ótima conversa está no follow-up:

Quando alguém responde, não pule para a próxima pergunta.

Cave mais fundo:

  • "Como isso te impactou?"

  • "O que mudou depois disso?"

  • "O que você faria diferente hoje?"

É incrível como as pessoas se abrem quando sentem interesse genuíno.

Um Novo Começo

"O que você procura está procurando você."

- Rumi

2016: 30 minutos escondido no banheiro de um evento.
2024: Dezenas de palestras pelo Brasil e muito networking.

A ansiedade social ainda existe?
Sim.

Mas ela não me controla mais.
Nem define minhas escolhas.
Nem limita meus passos.

O segredo não foi "superar" o medo.
Foi descobrir algo mais forte que ele.

Como um pintor que perde a noção do tempo quando encontra a cor perfeita, a curiosidade tem o poder de silenciar nossos medos.

Mas existe um detalhe importante:
Não é sobre fazer as perguntas "certas".
Não é sobre seguir um roteiro.
É sobre redescobrir sua curiosidade natural.

Comece pequeno:

  • Em vez de temer aquela reunião

  • Escolha uma pessoa

  • Faça apenas uma pergunta genuína

  • E realmente escute a resposta

Você vai descobrir algo fascinante:

Quanto menos você pensa em si mesmo, mais presente você se torna.

Essa simples técnica funciona mesmo que você seja introvertido.

Na verdade, funciona especialmente bem para introvertidos.

Porque introvertidos têm um superpoder natural.
Eles sabem ouvir profundamente.
Eles processam informações com cuidado e fazem conexões únicas.

A ansiedade social não precisa ser sua história.
Ela foi apenas um capítulo.

E você está pronto para virar a página.
Comece hoje:

  • Uma pergunta.

  • Uma pessoa.

  • Uma curiosidade genuína por vez.

O resto?
O resto a vida cuida de te entregar.

Obrigado pela leitura!
Confira os destaques abaixo.
Forte Abraço,

🧠 Meu Download Mental Semanal

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  • We Don’t Sell Saddles Here
    Venda inovação, não seu produto.
    Um artigo lendário sobre como o (hoje) gigante Slack se posicionou nos seus primórdios.

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